12 passos para criar coragem | |
Isete perdeu um braço na adolescência e encarou todos os seus medos até se tornar professora de dança. A partir da história dela, conheça 12 passos para enfrentar o medo Ao se apresentar pela primeira vez diante de uma plateia, é normal o artista sentir medo. Com a empresária Isete Najla, de 36 anos, não foi diferente. Quando encarou o palco pela primeira vez, em um show de dança do ventre, Isete não sabia como iria ser a reação das pessoas. E, no caso dela, havia um motivo a mais para se preocupar: aos 16 anos, a empresária teve o braço esquerdo amputado por conta de um câncer. “Esta é uma arte sensual, que usa muito os cabelos e os braços. Como o público encararia a minha deficiência? E, para piorar, eu ainda sou quase careca”, brinca Najla, que foi aplaudida de pé naquele dia. Para chegar até o dia de sua apresentação, Najla teve que vencer alguns de seus medos, como a dúvida se conseguiria aprender os passos, além de lidar com a falta de incentivo de um antigo namorado, que a desencorajava a encarar o desafio. Porém, tudo começou a mudar com o empurrãozinho de uma amiga, que indicou um curso, e também o apoio do atual marido. Naquele momento, ela criou coragem e se matriculou para fazer aulas de dança do ventre. “Então eu percebi que a dança vem de dentro para fora, que o importante desta arte é mostrar o que você está sentindo, não importa o seu corpo”, relata ela, que hoje é professora de dança e abriu sua própria academia.
Assumir uma posição diferente da de costume ou tentar algo que não se considerava possível, como fez Najla, define um ato de superação. De acordo com o escritor e pesquisador Luciano Vicenzi, autor do livro “Coragem para Evoluir” (Editares, 2011), a coragem surge quando o indivíduo aceita enfrentar os desafios, sejam eles quais forem – desde uma mudança muito radical de carreira a uma simples volta em uma montanha-russa.
Mas para conseguir derrotar o medo e assumir posturas antes inimagináveis é necessário administrar as próprias emoções, conforme analisa a psicoterapeuta Maria de Melo, autora do livro “A Coragem de Crescer – Sonhos e Histórias para Novos Caminhos” (Editora Ágora, 2013). “A coragem vem de dentro, do mais profundo da gente. Ela exige estrutura de personalidade, alma forte”. Maria de Melo também cita a importância do autoconhecimento, da análise dos riscos e da humildade para conseguir levar ao pé da letra a expressão “criar coragem” e mudar o rumo das coisas. Veja outras dicas.1. Conheça você mesmo Antes de ter coragem para tomar uma determinada atitude, é preciso saber o que de fato é importante para você para depois assumir suas posturas. “É do autoconhecimento que nasce o fator coragem, pois só a partir deste aprofundamento é que o indivíduo tem condições de agir”, afirma o escritor Luciano Vicenzi. 2. Observe seus sonhos Muitos dos desejos e vontades podem ser “anunciados” nos sonhos, um instrumento importante para o autoconhecimento. “É preciso fazer das horas de sono um tempo precioso, uma fonte de conhecimento e de sabedoria”, indica a psicoterapeuta Maria de Melo. 3. Entenda seus medos Compreender as bases de seus medos é o primeiro passo para vencê-los e efetivamente criar coragem. “Uma pessoa corajosa não é uma pessoa que não tem medo, mas alguém que não se deixa paralisar por ele”, comenta Vicenzi. Para o autor, um certo nível de receio é normal perante grandes desafios, mas os corajosos se mantêm firmes nas suas decisões. 4. Separe o que é real do que é fantasia O medo pode ser iniciado a partir de uma condição de ameaça física – o receio de pular de paraquedas, por exemplo – ou psicológica – como uma mudança radical de carreira. No entanto, Vicenzi explica que, muitas vezes, esses riscos estão apenas na mente, ou seja, são baseados somente em crenças, suposições e fantasias. Isso acontece quando uma pessoa começa a namorar e fica pensando: “será que a família vai me aceitar, será que vou conseguir atender às expectativas?”. Entender a base desses medos, se eles são reais ou imaginários, é essencial para vencê-los e criar a coragem necessária para agir. 5. Anote e compare Colocar os medos no papel ajuda a identificar o que realmente deve ser considerado uma preocupação – e a deixar de lado as meras suposições. “Esta é uma técnica muito boa para separar o que é baseado em fatos e o que é fantasioso”, explica o pesquisador Luciano Vicenzi. 6. Seja humilde Para a psicoterapeuta Maria de Melo, coragem exige, antes de tudo, reconhecer as próprias dificuldades. “É a humildade que nos dá a força verdadeira”, diz. Ela explica que sem essa qualidade pode-se cair na tentação de culpar somente os outros pelos problemas e medos, e não enxergar a si mesmo como o único responsável pela falta de coragem.
7. Mude de posição
Coragem equivale a assumir uma mudança de postura. Isso significa rever atitudes, reconhecer erros e se reposicionar. Desta forma, avalie se o que está fazendo hoje é o que, de fato, o afasta dos seus objetivos. Se a resposta for positiva, pense no que precisa mudar para sair desta situação.
8. Assuma os riscos Coragem também significa assumir desafios, mas sempre de maneira calculada. “Correr riscos não é ser descuidado ou ter a pretensão de diminuir ou não enxergar o perigo. A coragem tem clareza, vê as coisas e, por isso, é prudente”, aconselha Maria de Melo. No entanto, a psicoterapeuta alerta que a prudência, se passar do ponto, é um medo disfarçado, o que pode nos tornar covardes. 9. Observe por outros ângulos Enxergar as coisas sob um prisma múltiplo ajudar a entender situações e sentimentos com mais clareza, o que certamente vai contribuir para criar a coragem necessária para mudar. Questione-se, faça o exercício de pensar “por outro lado”. “Entender o que lhe prejudica vale muito para você se compreender e se consertar”, observa a psicoterapeuta Maria de Melo. 10. Converse sobre o assunto Procurar um grupo ou outra pessoa que já tenha passado pela mesma situação também é uma boa maneira de conhecer mais sobre o assunto e inspira a criar a coragem necessária para se decidir e mudar. 11. Experimente Muitas vezes, o medo deriva do que é desconhecido. Tem sempre aquele frio na barriga antes de começar, mas depois a coisa acaba fluindo. É como aquela pessoa que tem medo de água, mas dá o primeiro passo e se inscreve num curso de natação. Ela substitui a crença do “será que eu consigo” para o “vou tentar”. 12. Dê o primeiro passo sozinho Apesar das dicas acima, criar coragem exige uma atitude pessoal e intransferível, por mais apoio que se receba da família, dos amigos e do terapeuta. Foi o que fez Najla ao encarar sua primeira aula de dança do ventre. “O primeiro passo é sempre da própria pessoa. É a vontade dela que desenvolve a coragem. Sem vontade não há coragem”, conclui Vicenzi. Conteúdo: delas.ig.com.br via Portal da Dança |
terça-feira, 17 de setembro de 2013
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
Sapatilha de ponta - A hora certa de usar

A ansiedade é natural. Toda bailarina, desde pequena, sonha
em usar a sapatilha de ponta e a cada avanço nas provas do ballet, já pergunta
para os professores: quando eu vou poder subir na ponta?
O assunto é bem debatido, bastante falado e, realmente, muito
sério. Por isso, buscamos as orientações de especialistas para ajudar as
pequenas bailarinas que estão nesta fase e, claro, para auxiliar também os pais
nos cuidados com a introdução da sapatilha de ponta na carreira de suas filhas.
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Dr. Akel Júnior é especialista em
ortopedia pediátrica e adolescente. |
Este é um momento que pede preparação. Ao entrar no ballet é
interessante levar a criança a uma consulta com um ortopedista. Quem dá as
dicas para nós é o médico especialista em ortopedia pediátrica e adolescente,
Akel Júnior. Ele recebe constantemente novas bailarinas em busca de avaliação
para o uso da sapatilha de ponta e alerta que não existe idade ideal ou nível técnico
para ingressar nessa fase.
“Nós podemos dizer que existe uma média de idade em que os pés estão prontos para o uso da sapatilha de ponta, que vai dos 10 aos 12 anos. Mas isso varia de pessoa para pessoa. ”, explica o médico.
Para usar a sapatilha de ponta, a musculatura e a estrutura
óssea dos pés têm de estar bem formadas. “O que avaliamos é se as áreas de
crescimento dos ossos dos pés já estão fechadas, se não têm mais potencial para
crescer. Se a criança usa uma sapatilha de ponta nessa fase de crescimento, com
a freqüência e a força que o ballet exige, pode gerar deformidades graves nos
dedos e até lesões nos tornozelos, o que prejudica a atividade no futuro.
Muitos até precisam parar de dançar. Seguindo as orientações médicas corretamente, a bailarina tem vida longa de espetáculos maravilhosos”, alerta Akel.

Se externamente a saída é disfarçar, internamente o cuidado
tem de ser maior. Para aqueles que já passaram da fase inicial com a sapatilha
de ponta e já estão acostumados com as lesões aparentes, Dr. Akel Júnior dá
algumas dicas para evitar problemas decorrentes de ensaios mais puxados ou
competições prolongadas.
- Procure sapatilhas que moldem-se facilmente ao formato dos seus pés. Se não conseguir conforto, não insista em usar. Busque até achar uma adequada.
- Nunca comece a dançar sem fazer um bom alongamento direcionado aos tornozelos, aos pés, às panturrilhas e à parte posterior do joelho.
- Faça exercícios de fortalecimento muscular.
- Em caso de dores no tendão e nas articulações, atenção! Não insista no ensaio e não force. Faça repouso e busque atendimento médico.
Garra de bailarina
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Liliani Cunha - diretora da Espaço da Dança Escola de Ballet
Tecnicamente, a hora de usar a sapatilha de ponta é a hora da decisão. "É neste momento que a bailarina sabe se é isso mesmo que ela quer", analisa Liliani Cunha, diretora da Espaço da Dança Escola de Ballet.
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Liliani explica que as meninas já chegam à escola perguntando sobre a ponta e cabe aos professores orientarem muito bem sobre o momento certo de usá-la. "Nossas alunas iniciam o uso da ponta na quarta série e somos muito transparentes para tratar sobre esse assunto e falar se está na hora certa ou não. Costumo dizer que de "cor de rosa", o ballet não tem nada. Bailarina é guerreira. Na primeira aula com a sapatilha de ponta, muitas meninas já querem desistir e aí damos todo o apoio e orientação para elas enfrentarem esse momento com sucesso", afirma.
Antigamente usar a sapatilha de ponta era ainda mais doloroso. O mercado não oferecia tantas opções como hoje. "Nós indicamos para as nossas alunas as sapatilhas das marcas Só Dança e da Capézio, que levam em conta os diferentes tipos de pés que as bailarinas têm. Outra marca que faz a diferença é a Gaynor. As sapatilhas são fabricadas nos Estados Unidos, de acordo com o molde dos pés. Desde 2008 nossas bailarinas usam essas sapatilhas e o conforto é muito maior", orienta Liliani.
Em um ensaio fotográfico bem interessante, o fotógrafo Henry Leutwyler traduziu perfeitamente o que Liliani Cunha diz sobre a garra de uma bailarina. Ele passou uma temporada no New York City Ballet, para mostrar aquilo que a leveza dos passos de uma bailarina não nos permite ver. "O pé na ponta é o que toda menina sonha. O outro é o trabalho duro, a realidade", descreve as fotos a seguir.
Parabéns a todas as bailarinas que superam seus próprios desafios e nos permitem ver seus espetáculos de corpo e alma.
Fotos: Daí Comunicação Integrada e site Wildfox.
Fotos: Daí Comunicação Integrada e site Wildfox.
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